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sábado, 14 de agosto de 2010

budismo ao cair da tarde

O Budismo segue o caminho do entendimento do ensinamento sagrado. E o mais importante é vivenciar o que se aprende.Não basta ouvir,ouvimos e tiramos uma conclusão e daí ? Aí é que se define o Budismo, sugere ir além da compreensão, é preciso realizar o que foi ouvido.
...Entre o dizer e o fazer, existe um oceano... é preciso realizar!
Nos relacionamos com os outros assim como nos relacionamos com nós mesmos. Nascemos sós e morreremos sós. E nesse meio campo, existem os relacionamentos, mas sempre sendo fiel a si mesmo, sem máscara. Não podemos viver a vida de ninguém. Nossos sentimentos, só nós podemos sentí-los. Nunca vou viver o outro. As pessoas são nossos espelhos.Quando me relaciono com alguém , estou me relacionando comigo mesmo.
Temos uma imagem conceitual das coisas em geral. Cada um de nós tem uma percepção relativa à sua experiência anterior, com determinado objeto ou pessoa.
Essa impressão configura a imagem mental que temos de coisas e pessoas, porém necessariamente o que temos registrado em nossa mente, pode não ser verdade, pode ser um reflexo de nosso sentimento associado num tempo passado, que pode mudar, e que certamente não é mais fiel àquela imagem que fazíamos anteriormente.
Lama Michel ponderou assim a respeito de vidas passadas: Quando alguém se refere a uma de suas vidas passadas, fala onde vivia, como se mantinha, quem eram seus pais, ou outra referência qualquer que efetivamente não importa, o que estamos falando aqui, disse ele,é sobre o que sentíamos nessa outra vida, o que produzíamos como ser racional , assim podemos ter lembranças na vida atual de afinidades, gostos, aptidões. O tema desse ensinamento era relacionamentos, que alcançam todas as formas existentes em nossa vida social, familiar e profissional.
Disse que nós temos registrado na mente, uma imagem de alguém e dificilmente avançamos nos sentido de entender suas mudanças, essas que nunca podem deixar de existir, porque tudo muda. E se essas imagens mentais forem permanentes fatalmente irá nos causar muito sofrimento, pois achamos que o outro sempre será aquilo que não é o desejado por nós. Também imaginamos saber seus sentimentos, saber até mesmo o que o outro sente sobre nós de contrapartida.
Todas as ponderações nesse sentido geram sofrimento, pois não sabemos, nem saberemos jamais o que o outro sente.
Lembrou que aos doze anos teve um encontro com o Rabino Nilton Bonder e nunca mais esqueceu o que este lhe perguntou quando se apresentaram.O rabino queria saber dele Lama Michel,se ele estava ali se apresentando a ele Nilton Bonder, esperando ser visto como aquilo que ele queria ser, ou estava tentando ser, e se estava vendo o rabino como ele imaginaria que este fosse.Ou seja, nós queremos que os outros nos vejam como nós queríamos ser, e para isso nos empenhamos em nos mostrar dessa forma, e assim como nos exigimos uma aparência (persona) , também projetamos uma expectativa no outro. A duração destas cenas é curta, porque ninguém agüenta manter um personagem indefinidamente, e quando cai a máscara, afeta radicalmente o relacionamento que vinha tão bem.
A forma como vivo hoje, reflete o que vivi no passado. Minhas experiências afetivas, por exemplo, ficam registradas nas imagens mentais e ao conhecer uma pessoa atuam imediatamente. Bobagem pensar que alguém vá te entender totalmente, isso não é possível, para que o outro pudesse me entender, só sendo eu mesmo. Eu posso ver, procurar entender, mas não posso entender totalmente as razões dos outro e muito menos julgar.
Comentou que na cultura tibetana, nada é dito claramente. Se alguém quer te comunicar , te alertar, por exemplo, sobre alguma coisa, utiliza subtextos que dizem outra coisa para fazê-lo finalmente chegar ao que não foi dito por trás dos volteio.
E eu fico com a máxima do Rabino Bonder, - Se eu sou eu e você é você, dá para a gente conversar!

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