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quinta-feira, 22 de julho de 2010

budismo


Medo ANIMAL
Meu cachorro assim como todos os animais da região, da cidade, do país e do mundo se abalaram com os rojões da Copa.’Fi córse, eles tem medo, um medo ancestral, irracional, atávico! Pensar que os bichos sentem medo e não têm como se proteger desse sentimento é sacar nossa diferença e identidade.Os passarinhos são ariscos e assustados, principalmente os mais vistosos de aparência atraente.A natureza protege as fêmeas animais que são menos bonitas que os machos na vida selvagem, aí deve estar a lógica da preservação natural das espécies.Enquanto os humanos podem elaborar seus medos, se proteger , até tomar um remedinho...os bichos vivem e sobrevivem sob ameaça constante.Esse é mais um motivo para entender porque os animais merecem respeito, os hindus sabiam disso e sabiamente os consideram merecedores da vida tanto quanto esta vale para nós humanos.Nossos pets confiam totalmente em nós, sabem que os protegeremos, mas os demais, principalmente os em condição de cativeiro padecem desse terrível sentimento: o medo.O Lama Gandchen pediu que incluíssimos os animais em nossas preces,o que faz todo sentido.

Rosto de Livro ?

Agora com a inclusão virtual do mundo na gente e da gente no mundo me ocorre pensar como personagens clássicos que estão em nosso imaginário comum se reportariam nesse meio. Será que a dama das camélias poderia resolver sua solidão assim sem sexo, só teclando virtualmente com desconhecidos ou amigos que criam intimidade nas palavras dando-se ao desfrute de revelar com graça seu espírito? Sthendall falava do homem de espírito naquele que consegue angariar atenções para si pela inteligência apurada e fineza nos sentimentos colocados com timming e precisão. And now, desenvolvemos uma prática de se apropriar de um tempo, roubado da vida mesma para se distrair buscando uma diversidade de assuntos e acontecimentos on line para afirmar nossa inclusão na contemporaneidade.Parece que esse caminho é sem volta, nunca mais viveremos sem abrir a rede social e tomar conhecimento de fatos corriqueiros, ler comentários absolutamente sem importância, nos in ou desinteressando pelos tanto alguéns que às vezes acertam no estilo e em tantos outros que denunciam a inutilidade dessa perda de tempo.No entanto quem não participa do bate papo sem fim ininterrupto, pode se sentir por fora lamentando não dominar a linguagem para se sentir parte de um grupomundo que se multiplica velozmente e que está incorporado ao nosso cotidiano definitivamente.Como se daria Dostoievsky com sua aguda percepção do lado triste da humanidade, seria ele um bom postador de nadas? Ou suas colocações, de fino timming, destiladas pelo brilho de sua inteligência fulminariam insights brilhantes deixando a nós todos, amigos e os amigos dos amigos fadados à imaginação construindo histórias sem fim? Uma coisa é certa, disseminado o exercício de escrever de certa forma estimulamos o pensamento ainda que para que digamos só bobeiras, é um rouba tempo, mas tornou-se um hábito social emblemático de nossa maneira de viver meio superficialmente, fingindo estados emocionais, atuando como personagens de nós mesmos.

terça-feira, 20 de julho de 2010

thing fast




se a gente estivesse escrevendo a lápis nossa história de vida, seria fácil apagar o que queremos esquecer, mas mesmo apagando o papel ficaria marcado e o texto ficaria feio com lacunas.então ao invés de apagar poderíamos usar um marca texto e destacar as boas lembranças...sem ignorar o que não foi bom, pois tudo faz parte do que somos hoje.

fofocas da corte


Posts em Potsdam

É preciso estar atento aos impulsos, quase todos, até mesmo ao tecer elogios rasgados, arrisca-se. Sempre haverá um risco, o de bater por exemplo, num espírito desconfiado. Pode dar “tilti” e assim escoar um tempo de amizade causada por mal entendido.

Sabem o Voltaire, o grande enciclopedista? Ele vivia os tempos e ironizava o melhor dos mundos, até que encontrou a proteção de um rei e isso queria dizer também dizer que devia calar suas críticas.

Acostumado a livre expressão, redigiu um manifesto em forma de poema ridicularizando Malpertuis, um dos clã dos protegidos de Frederico da Prússia, apesar do texto ser divertido, o rei achou que Voltaire passara dos limites e como o texto fazia críticas pesadas às mazelas políticas e escrachava a vida privada da corte poderia cair em mãos inimigas.

Frederico da Prússia botou os soldados atrás de Voltaire para resgatar o poema, mas Voltaire desencanado não sabia onde tinha guardado o original, claro não tinha cópia, porisso ficou prisioneiro e penou, sofreu até achar o bendito poema para obter liberdade.

Já pensou se fosse hoje? Ele certamente postaria em seu blog , e quanto à nós mulheres independentes seríamos tão saidinhas, em que condição estaríamos naqueles tempos, na corte do rei, na mendicância do povo ou nos salões?


segunda-feira, 19 de julho de 2010

idéias

PROJETO “ESCOLA SEM PAREDES”

A sociedade atual em seus diferentes segmentos vem demonstrando preocupação com a questão ambiental, alguns setores simplesmente seguem a tendência do mercado, outros mais engajados, estabelecem interessantes parcerias por enxergarem a importância de agregar valor ambiental às suas gestões corporativas, e desta forma vimos constatando a disseminação dos conceitos ambientais oportunamente na pauta do dia para satisfação dos ambientalistas e dos profissionais que a muito trabalham na área.

Na década de oitenta quando iniciamos institucionalmente a discussão acerca da educação ambiental, precisávamos provar sua importância enquanto ferramenta para o convencimento da população, até mesmo junto ao corpo técnico do recém criado órgão ambiental do estado de São Paulo. Em decorrência dessas dificuldades, desenvolvemos um modo de fazer educação ambiental permeando tematicamente conceitos mais abrangentes que iam além das causas dirigidas à defesa preservacionista da fauna e da flora, incluindo a defesa das ‘idéias do multiplicar’ para atingir todos os segmentos sociais, estimulando iniciativas abrangentes à sociedade civil conscientizando para a percepção do meio ambiente sob um olhar humanista no sentido de estabelecer junto a população um legítimo comprometimento com a causa ambiental, a partir da mudança de hábitos, estimulando o repensar valores sobretudo os de consumo, visando educar o adulto através da criança, considerando serem estas as grandes agentes de um futuro saudável.

Apesar da grande evolução do tema, ainda hoje sentimos a falta de entendimento de uma ecologia dita humana, que trata das relações essenciais do homem primeiramente consigo mesmo, reconhecendo sua natureza ,seu papel como parte do todo, se enxergando como cidadão planetário.

O discurso ambiental das últimas três décadas , hoje alcança destaque, porém ainda não está internalizado na educação infantil e infanto- juvenil, como valor que deva ser estimulado em sua escolaridade, mostrando-se ainda restrito à uma visão preservacionista elegendo como objeto de defesa recortes do meio ambiente natural, não referindo-se aos valores éticos indispensáveis para formar crianças felizes que se tornarão cidadãs responsáveis , num futuro de vida com qualidade garantido pela sustentabilidade também calcada na ética humana.

No final da década de oitenta, havia a discussão conceitual sobre “a formalidade” ou “não- formalidade” para a “disciplina” ou “não disciplina” de educação ambiental,polemizava-se sobre a visão antropocentrista, e ponderava-se acerca das competências das instituições no trato dos temas ambientais, até sobre quais eram as especializações exigidas na formação do profissional para aplicar o conteúdo ambiental em sala de aula. Finalmente foi legislada como disciplina, o que não muda seu caráter multidisciplinar ,e hoje a educação ambiental está inserida oficialmente na educação formal. Porém continuamos propondo, como sempre, que a educação ambiental não seja restrita à uma disciplina e sim compreendida como um “modo de educar” além das fronteiras da compartimentação dos conhecimento, mas na vivência cotidiana da vida escolar.

Amadurecendo ao longo desses anos o “modo de educar”, incentivamos a escolarização da criança como um todo, inserindo a questão ambiental no escopo da educação democrática que não impõe regras, contrariando a escola na qual o educando se submete a um regimento.

Acreditando ser típico na criança o interesse pelo mundo natural iremos educá-la a partir de seus próprios interesses, cabendo ao educador a presença estimuladora que dialogicamente colabora na construção do conhecimento em todas as áreas, promovendo uma formação integral para a vida, através da educação democrática, aplicando a metaeducação, que será explicada a seguir.

Nesse processo as ferramentas de apoio partem das escolhas feitas pela criança/educanda que ao praticar diariamente o que a atrai sentirá prazer por estar na escola, nessa escola que não tem cadeiras enfileiradas frente ao professor que vigia sua postura, seu comportamento, sua adequação às normas para avaliar seu conhecimento e testá-lo para aprovação.

Na “Escola sem Paredes” buscaremos tornar a infância um período de felicidade sem utilizar dispositivos de sujeição através da disciplina. Nessa perspectiva estaremos formando uma geração que repercutirá em uma nova sociedade questionadora dos meios de dominação , crítica em sua essência ética praticada na gênese de suas vidas,nessa infância vivenciada com liberdade, na qual para alcançar objetivos é necessário ser verdadeiro, sem as marcas do estímulo à hipocrisia na sujeição a regras e escolhas que lhe seriam impostas na educação convencional.

Neste processo educativo não existe vários “educar”: para o respeito ao meio ambiente,para a cidadania, para o movimento físico, para o pensamento lógico, abstrato ou humanista, todas essas “educações” estarão contidas num espaço estimulante de possibilidades de real interesse, fomentador do prazer em aprender, instigado pela não obrigatoriedade.

Muitos de nós, crescemos entendendo que só poderíamos alcançar a realização de nossos desejos se nos submetessemos aos condicionamentos que nos premiariam pós-sofrimento e abnegação ainda sob a égide da moral religiosa, fundamentadora da escola em sua origem.Cumprindo o roteiro projetado pela sociedade e pela família , muitos de nós quando crianças nos submetíamos ao formato disciplinatório , deixando de desfrutar com alegria o processo de aprender no cotidiano de nossa visa escolar. Assim muitos não puderam se expressar para reconhecer sua vocação , chegando à idade adulta sem estar fazendo, ou sendo o queria mesmo “ser”. Ainda hoje é comum constatarmos esse dilema, muitos adultos sobrevivem sob a sujeição a um modo de vida que não lhes traz prazer, contentamento ou qualquer tipo de realização, apenas resignados a receber um salário do qual se tornam reféns.

Aparentemente bem sucedido, um adulto insatisfeito, fomenta o individualismo buscando compensações que incentivam o consumo, justificando a necessidade da manutenção de um modo de vida sem qualidade.

Esse quadro decorre das condicionantes geridas desde a infância na busca pelo pertencimento ao grupo visando através de uma contínua adequação ser aceito socialmente pela semelhança ainda que esta não exista. Ignorando as vontades desde a infância normativa e disciplinatória, tende a não desenvolver plenamente o auto-conhecimento comprometendo assim toda uma vida.

Num ciclo perverso num ambiente em que sucessivamente a dissimulação é uma estratégia que surte efeito , impele à busca por substitutivos de prazer que satisfaçam esse espírito moldado por fatores externos que impedem o olhar o “outro” , visto como um concorrente contumaz que sempre pode tomar seu lugar, pois a vida que aprendeu é a do sacrifício de suas vontades na busca incansável da oportunidade de vencer e o vencedor é o que sabe levar vantagem , no ranking da vida.

Valorizar a qualidade do cotidiano da vida das crianças desde a primeira infância quando estas iniciam o convívio social de forma plena é lhes oferecer diversidade e liberdade permitindo a elas transitar pelas atividades oferecidas nas diversas áreas do conhecimento. Não encontrarão a escola de “disciplinas”, pois não irão se disciplinar e sim explorar agradavelmente esse meio ambiente educativo.As crianças deverão ter motivos verdadeiros para desejar ir à escola, pois sabem que nela se divertirão.

Neste ciclo evolutivo de construção de conhecimento, também não há um currículo estabelecido comum às diferentes crianças, afinal elas vem de lares diferentes, têm necessidades peculiares , portanto não há uma “grade” curricular de matérias a serem cumpridas.

O alcance do prazer negado pela obrigatoriedade, deixa de existir quando o educando exerce seu poder de escolha, propiciando o auto- conhecimento na valorização de sua vontade, é fonte de exaltação do saber que assim fará sentido. A Escola sem Paredes, metaeducadora é um espaço onde impera o respeito e a amizade que fomenta um crescimento sadio e legítimo em si mesmo para a consciência de cidadania que se pretende tão apregoada sobretudo no que tange às questões socioambientais e a implementação da sustentabilidade do nosso planeta.

Só podemos almejar a sustentabilidade do planeta se neste houver cidadãos que se vejam como parte desse de forma legítima.

Crianças não devem ser subestimadas, pois ao perceberem incoerências no falar e no agir dos adultos, passam a desconfiar destes , mas apesar disto seguem o exemplo do que vêem concluindo que é assim que se deve proceder. Como grandes mestres, esses pequenos observadores provocam risos em suas investidas com tiradas desconcertantes, e muitas vezes são admoestados por revelar o que não poderia ser revelado.

A educação convencional educa para a competição, para vencer acima de tudo e que nunca poderemos fazer o que queremos, porque a noção do pecado associada ao prazer é estimulada rotineiramente, conferindo o prazer para os dias de férias, para os momentos de liberdade que na infância se restringem ao momento que os pais ou professores acenam nesse sentido.

Muitas vezes presenciamos o vigor com que algumas crianças continuamente reprimidas agem ao se sentirem libertas num momento de recreação quando para se divertir expressam sua agressividade e nos adultos rancorosos, tristes ou aparentemente amáveis e sociáveis que trazem dentro de si muitos anos acumulados de condicionamento às mais diferentes situações.Esses adultos reproduzem a educação que receberam e dificilmente se mostram dispostos a abrir mão de seus valores individualistas por estes terem lhes custado uma vida disciplinatória e castrativa, assim não oferecem aos filhos a liberdade que não puderam viver , acreditando que ao mostrar-se firmes e convictos reforçarão o caráter de seus filhos mesmo que de forma consciente ou não, desconfiem desse modelo, e concebê-lo falido em suas próprias vidas.

Falar de educação, como vimos, nos faz refletir sobre nossas próprias vidas e nos estimula a pensar alternativas para a condição humana, aliando a sobrevivência ao bem estar , buscando a consonância entre nossa maneira de ver o mundo e a integridade dos valores que queremos ver fortalecidos nas gerações que nos sucederão.

Esse é um briefing da justificativa da “Escola sem Paredes’’ que visa estabelecer a metaeducação, uma proposta pedagógica que tem por estratégia a compreensão das diferentes inteligências, o entendimento das dificuldades de comportamento, a vontade de trabalhar a partir das escolhas dos educandos, que decidirão junto aos educadores como gostariam de ocupar seu dia.

Sem o regime de sinais, apitos, filas, horários determinados, o educando passará o dia fazendo o que gosta, de modo prazeiroso sendo orientado pelo educador da área que lhe interessa.

Portugues, Matemática, História, Geografia, Artes, Ciências ,Veterinária, Esportes serão vivências educativas que o educando escolherá a cada dia.

Ao chegar, o educando buscará informação no mural sobre o que fazer em cada espaço da escola e para os pequenos que ainda não sabem ler todos os dias um educador comunicará o que este poderá fazer, e assim sem fixar um planejamento o educando irá de encontro a sua atividade de interesse naquele dia.Um dia de cada vez pensando e praticando o que há de melhor para ser feito.

....Idéias ainda na construção de um projeto.

redesenhando a vida


Caminhos novos desenhando a vida.

Nessa quinta fui cedinho debaixo de chuva para o Centro do Professorado Paulista, endereço conhecido familiar ascendente, idas do papai e mamãe. Jornal da associação dos profs, colônia de férias do CPP... enfim revi mentalmente essa história.
Uma penca de professores, aguardavam a chamada para escolha de vagas. Eu pensava que era só para ouvir e assinar alguma coisa relativa à classificação do concurso... Quando ouvi no auditório a professora do tipo chata clássica comissionada no Centro, instruir sobre a definição do cargo na escola escolhida.
Então tinha que já ter escolhido uma escola? Fui atrás de uma lista das escolas paulistas (!) e me deparei com uma fila gigantesca para acesso a meia dúzia de computadores. Me distrai conversando ( e reconhecendo as mazelas da classe) até conseguir finalmente listar ( com colegas se dispondo a me ajudar ) escolas na região centro oeste e sul. Constatei um espírito solidário nessa classe, ao menos nessa situação.
Derrepente achei interessante a coincidência de que todos com quem eu falava eram professores de arte, até que uma ''menina'' professora de vinte anos me lembrou sorridente que todos ali eram de da área de educação artística, esse dia era só para a gente!
Uh, uh! mais uma vez senti com aquela minha conhecida sensação, a de que me jogo nas coisas sem saber onde estou muito detalhadamente. Se fosse me informar muito, sempre penso, acabaria não querendo fazer o lance, então esse mecanismo de ''atender ao desejo para conferir depois'', é uma estratégia de " fazer " em vista de um objetivo maior, nesse caso de me sentir na ativa novamente, necessária para o mundo, para mim educar me faz útil.
Conversa vai, conversa vem, soube que houvera até cursinho e apostila para o exame... Ah ! se eu tivesse lido essa apostila, poderia ter tido melhor classificação e assim escolher uma escola mais perto de casa. Soube também que este momento era muito valorizado, era muito legal estar ali aguardando a chamada que se dava como numa entrega de diploma - No palco uma grande bancada e vários computadores, dois telões com o nome dos classificados e as escolhas das escolas. Legal e valorizado porque segundo as colegas, muitas bem jovens, muitas professoras colegas de escolas haviam concorrido e não conseguido aprovação, para elas, tudo bem ficar ali o dia todo, diziam - Agora seriam efetivadas!
Percebi que aquele trâmite todo, ao qual eu não estava dando qualquer importância tinha muito significado para elas, e porque não para mim ? Afinal agora eu não estava dependendo de uma indicação, de uma gestão, de porra nenhuma, eu estava por minha conta e mérito iniciando absolutamente por minha escolha: uma segunda vida nessa mesma!
Meu inicial será baixinho, mas serão só 10 aulas semanais e vale muito a motivação, ao estimular criativas atividades nas aulas, aplicar minhas idéias e testar minha inteligência emocional com a disciplina. Axé!
Agora a partir de agosto vai rolar um curso de formação custeado por quatro meses ! Êba, nunca valorizei tanto assim uns meros reais.
Após trezentos e sessenta horas, apenas com tres dias presenciais, os demais via internet, haverá outra prova e finalmente ingressarei no magistério! Alguma dúvida sobre a repetição do perfil profissional da histórias familiares? A escola não tão próxima é no Butantã... Previdência, daqui a algum tempo poderei pedir remoção, quis saber ao assinar os documentos oficiais, mas a chata da mulher para quem perguntei disse para antes eu fazer o curso, aguardar a aprovação final para depois pensar na remoção (!) , o que faz sentido hé, hé.

E assim finalizo contente por poder partilhar com vocês minha nova vida profissional, que aparentemente é muito modesta, mas que tem um valor essencial para mim.
beijos, prof. Cléo

domingo, 18 de julho de 2010

mergulhando noutro meio

and now ... gerado um movimento promovendo um estado líquido que permite o prazer
(colagem e pintura antiga oportuna para minha condição atual )

O Pior dos Mundos

O PIOR DOS MUNDOS – primeiras e últimas impressões

Era assim. Existia um lugar onde havia pessoas infelizes, outras quase infelizes, possíveis atrizes sem palco, sem roteiro, personagens aflitas em busca de um horizonte, vagavam no mangue do poder público, difuso, indiferente, politicamente insalubre. Sim, não nego, nesse pior dos mundos havia gente que sorria, aos poucos confesso fui dispensando o sorriso, pois na troca voltava um sorriso quase padronizado pelos sorridentes era um sorriso desdenhoso, no olhar que do sorriso havia um brilho - sinistro.
Pobre do sorridente legítimo corria risco de amargar estigma, era notado pela diferença e isso não era bom. Para alguns ainda não contaminados, este era um consolo, um alívio, era bom cruzar um sorridente, que fatalmente com o passar dos anos também mudaria o tom de seu sorriso.
Juro que falo sem exagero, no começo eu não entendia e sorria, achava que quem me retribuía o sorriso simpatizava comigo, não notava o escárnio furibundo e tolamente na primeira oportunidade que tinha eu manifestava vontade de estabelecer amizade. Lembro que alguma alma boa me avisou para não me mostrar expansiva, mas não ouvi, isso não me parecia possível, não entendia o que significavam esses conselhos velados. O dilema da simpatia me acompanhou por vinte e quatro anos.
No ambiente pesado de trabalho, estranhava o silêncio que às vezes era bruscamente interrompido por gargalhadas histéricas entre os superiores, quando entre si se comunicavam com trejeitos imitativos e insinuações maldosas , muito críticas numa linguagem cheia de códigos. Mas uma coisa eu sabia, não eram amigos, riam às gargalhadas a custa dos outros e das situações que permanentemente criticavam. Tudo era alvo de crítica contumaz e não permitiam a menor possibilidade de inclusão em grupo.
Entre os colegas fui a estrangeira recebida com má vontade e o tratamento que me dispensavam era cheio de rancor, eu simbolizava uma categoria descolada da burguesia a qual não pertencia, mas minha boa aparência e a condição de indicação política que me colocou nesse pior dos mundos geravam hostilidade.
A partir daí passei a desenvolver um comportamento defensivo de eficiência e firmeza assumido de forma definitiva ao longo das décadas, sem deixar de encarar com atenção, intencionalmente deixei de ver muita coisa para continuar sempre disposta a um ânimo alegre, cordial e franco, sem transparecer a constatação de que era esse o pior dos mundos, não necessariamente povoado pelas piores pessoas, mas havia neste mundo tanta amargura que era difícil reconhecer alguém que conseguisse adaptação sem mudar no mínimo sua fisionomia, assim sendo o clima desagradável não era uma abstração, era visível.
Mas posso afirmar que o que sempre me causou mais repugnância, a despeito dos políticos e seus séquitos correligionários, era a tristeza de ver meus iguais, ou quase iguais, do corpo técnico, sorrir aquele sorriso de escárnio e maldizer.
Lá imperava um controle viscoso que florescia nos que usavam as maledicências com seus iguais, ou quase iguais, como meio de obter vantagens pessoais. E os mesmos indivíduos que se digladiariam num dia, já no outro podiam estar aliados, numa fração de horas, porque assim repercute o movimento da política dos primeiros escalões- ela se reproduz nas bases. E quando chega nesse nível , o das categorias subalternas muitos se movimentam desorganizada e individualmente para se acomodar às situações políticas que se refletem difusamente às mil interpretações sobre a gestão e então não há princípios que se sustentem , há uma permissividade generalizada. O pior dos mundos não tem dono, seus representantes são vulneráveis e o corpo técnico mais ainda se fragmentava buscando entre si coordenadas de superação. O poder da sujeição é o salário, que avulta valor exacerbado, tornando os empregados detentos facultativos.
Um detalhe marcante se funda num acordo silente e indestrutível de impedir a expansão à potencialidade, a menos que esta sirva circunstancialmente a algum momento da gestão, com autoria negada após a serventia, amaldiçoando aquele que abrilhantou uma gestão colaborando com suas idéias, a retaliação na que se segue.
E como fica o ser que passa anos suportando a sorte, quieto, acomodado, pode um dia por ventura de súbito sem um motivo lógico ter um gesto de loucura, ou se põe a beber usar drogas, desejando na alienação a recuperação de sua identidade humilhada.
Ah, os sorrisos cinicamente amargos, os ares arrogantes, os displicentes, tantos outros que desfilam os corredores imersos em seus pensamentos sombrios, a intencionalidade de um comentário ferino, um esgar do rictus facial, em contrapartida aos sobreviventes de temperamento alegre tratados com notório desprezo ou tachados de malucos, perigosos.
No pior dos mundos desconfiava-se da sinceridade, supunham-na sempre a favor de algum interesse.A desconfiança explicitada era uma característica mais confiável. Pensando bem, quem arrisca a espontaneidade no pior dos mundos, não merecia participar dos conluios, ou melhor a princípio não tinha essa capacidade, porém não era impossível desenvolver esse tipo de habilidade e da experiência que tive, ficou-me amarga lembrança.
Quem tinha a língua afiada e sabia mostrar os dentes se protegia, impunha distância e era mantido quase intocável, outros por sua vez eram bem fechados , crescidos no pior dos mundos sabiam se dar ao respeito e não trabalhavam porque ninguém exigia deles nada para evitar muita aproximação e evitar contrariedade, pois nesse universo político partidário quem garante ser este indivíduo observador em seu silêncio um informante deles.”Eles” são o governo, e “nós” não existe.
Houve período em que existiu enfrentamento político e isso positivou a consolidação de benefícios para os funcionários, é verdade, quando a oposição era ativa,mas em compensação, o basismo provocou injustiças.E a grande maioria, a população do pior dos mundos era de pessoas indiferentes por precaução e costume.Tendo aturado tantas gestões de sucessivos governos, já não acreditavam mais em nada e essa resistência os fortalecia junto as bases. Não esperei para ver o dia da gestão de governo da oposição se estabelecer mas não acredito que venha a dissipar esse ranço impregnado no espírito coletivo do ambiente.
muita gente vive publicamente via internet, cada passo é divulgado.Não me sinto muito disposta a essa prática de exposição total,mas não nego que acho interessante '' botar a boca no trombone'' comentando assuntos de interesse geral, vâmo vê np que dá.

the wall


finalmente me rendo à tecnologia e ingresso nessa trip, tenho muito a dizer é esse o espírito do blog que vai ser meu diário paralelo, bobeiras à parte, reflexões que possam fazer sentido para alguém além de mim.veggiamo!