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quinta-feira, 22 de julho de 2010

Rosto de Livro ?

Agora com a inclusão virtual do mundo na gente e da gente no mundo me ocorre pensar como personagens clássicos que estão em nosso imaginário comum se reportariam nesse meio. Será que a dama das camélias poderia resolver sua solidão assim sem sexo, só teclando virtualmente com desconhecidos ou amigos que criam intimidade nas palavras dando-se ao desfrute de revelar com graça seu espírito? Sthendall falava do homem de espírito naquele que consegue angariar atenções para si pela inteligência apurada e fineza nos sentimentos colocados com timming e precisão. And now, desenvolvemos uma prática de se apropriar de um tempo, roubado da vida mesma para se distrair buscando uma diversidade de assuntos e acontecimentos on line para afirmar nossa inclusão na contemporaneidade.Parece que esse caminho é sem volta, nunca mais viveremos sem abrir a rede social e tomar conhecimento de fatos corriqueiros, ler comentários absolutamente sem importância, nos in ou desinteressando pelos tanto alguéns que às vezes acertam no estilo e em tantos outros que denunciam a inutilidade dessa perda de tempo.No entanto quem não participa do bate papo sem fim ininterrupto, pode se sentir por fora lamentando não dominar a linguagem para se sentir parte de um grupomundo que se multiplica velozmente e que está incorporado ao nosso cotidiano definitivamente.Como se daria Dostoievsky com sua aguda percepção do lado triste da humanidade, seria ele um bom postador de nadas? Ou suas colocações, de fino timming, destiladas pelo brilho de sua inteligência fulminariam insights brilhantes deixando a nós todos, amigos e os amigos dos amigos fadados à imaginação construindo histórias sem fim? Uma coisa é certa, disseminado o exercício de escrever de certa forma estimulamos o pensamento ainda que para que digamos só bobeiras, é um rouba tempo, mas tornou-se um hábito social emblemático de nossa maneira de viver meio superficialmente, fingindo estados emocionais, atuando como personagens de nós mesmos.

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