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segunda-feira, 19 de julho de 2010

redesenhando a vida


Caminhos novos desenhando a vida.

Nessa quinta fui cedinho debaixo de chuva para o Centro do Professorado Paulista, endereço conhecido familiar ascendente, idas do papai e mamãe. Jornal da associação dos profs, colônia de férias do CPP... enfim revi mentalmente essa história.
Uma penca de professores, aguardavam a chamada para escolha de vagas. Eu pensava que era só para ouvir e assinar alguma coisa relativa à classificação do concurso... Quando ouvi no auditório a professora do tipo chata clássica comissionada no Centro, instruir sobre a definição do cargo na escola escolhida.
Então tinha que já ter escolhido uma escola? Fui atrás de uma lista das escolas paulistas (!) e me deparei com uma fila gigantesca para acesso a meia dúzia de computadores. Me distrai conversando ( e reconhecendo as mazelas da classe) até conseguir finalmente listar ( com colegas se dispondo a me ajudar ) escolas na região centro oeste e sul. Constatei um espírito solidário nessa classe, ao menos nessa situação.
Derrepente achei interessante a coincidência de que todos com quem eu falava eram professores de arte, até que uma ''menina'' professora de vinte anos me lembrou sorridente que todos ali eram de da área de educação artística, esse dia era só para a gente!
Uh, uh! mais uma vez senti com aquela minha conhecida sensação, a de que me jogo nas coisas sem saber onde estou muito detalhadamente. Se fosse me informar muito, sempre penso, acabaria não querendo fazer o lance, então esse mecanismo de ''atender ao desejo para conferir depois'', é uma estratégia de " fazer " em vista de um objetivo maior, nesse caso de me sentir na ativa novamente, necessária para o mundo, para mim educar me faz útil.
Conversa vai, conversa vem, soube que houvera até cursinho e apostila para o exame... Ah ! se eu tivesse lido essa apostila, poderia ter tido melhor classificação e assim escolher uma escola mais perto de casa. Soube também que este momento era muito valorizado, era muito legal estar ali aguardando a chamada que se dava como numa entrega de diploma - No palco uma grande bancada e vários computadores, dois telões com o nome dos classificados e as escolhas das escolas. Legal e valorizado porque segundo as colegas, muitas bem jovens, muitas professoras colegas de escolas haviam concorrido e não conseguido aprovação, para elas, tudo bem ficar ali o dia todo, diziam - Agora seriam efetivadas!
Percebi que aquele trâmite todo, ao qual eu não estava dando qualquer importância tinha muito significado para elas, e porque não para mim ? Afinal agora eu não estava dependendo de uma indicação, de uma gestão, de porra nenhuma, eu estava por minha conta e mérito iniciando absolutamente por minha escolha: uma segunda vida nessa mesma!
Meu inicial será baixinho, mas serão só 10 aulas semanais e vale muito a motivação, ao estimular criativas atividades nas aulas, aplicar minhas idéias e testar minha inteligência emocional com a disciplina. Axé!
Agora a partir de agosto vai rolar um curso de formação custeado por quatro meses ! Êba, nunca valorizei tanto assim uns meros reais.
Após trezentos e sessenta horas, apenas com tres dias presenciais, os demais via internet, haverá outra prova e finalmente ingressarei no magistério! Alguma dúvida sobre a repetição do perfil profissional da histórias familiares? A escola não tão próxima é no Butantã... Previdência, daqui a algum tempo poderei pedir remoção, quis saber ao assinar os documentos oficiais, mas a chata da mulher para quem perguntei disse para antes eu fazer o curso, aguardar a aprovação final para depois pensar na remoção (!) , o que faz sentido hé, hé.

E assim finalizo contente por poder partilhar com vocês minha nova vida profissional, que aparentemente é muito modesta, mas que tem um valor essencial para mim.
beijos, prof. Cléo

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