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sábado, 9 de outubro de 2010

segundo turno


O psicanalista Calligaris, em um artigo que escreveu para o jornal Folha de São Paulo, cita um livro de Maximiliano Panarini, "L’Egemonia Sottoculturale", em que o autor diz que a burguesia  italiana ganhou a luta pela hegemonia jogando a carta do prazer, e explica: ...Todos se convenceram, derrepente que estava na hora de se divertir! ''Queremos folgar! Evitando empestear a existência de qualquer maneira que seja política,cultura,economia, todas essas coisas que nos causam aborrecimento"..E aí penso eu, essa reflexão sobre a Itália, se aplica também aqui no Brasil, nesse momento crucial da eleição,revelamos essa tendência comum, de não aprofundar uma discussão política nos meios públicos de que dispomos.Os virtuais, por exemplo, estes que poderiam ser explorados em nosso convívio democrático de forma a esclarecer  motivos, trocar experiências de posições político partidárias.Mas não é por aí, lemos comentários jocosos,grosserias,gozações,maledicências!Parafraseando o intelectual italiano através do Calligaris, no contexto que pontuo: Vivemos a  "a subcultura hedonista da fofoca".É o que lemos diariamente ao abrir nossas páginas virtuais de comunicação.Algumas pessoas se manifestam com generalizações rasas, revelando até preconceito - filho da ignorância, pautando  comentários  banais, frívolos.Opiniões supérfulas que denotam , não uma escolha ideológica, e sim uma intolerância  quase fundamentalista. De quê exatamente discordam? Não explicam.Odeiam simplesmente,falam da aparência física, de disse me disse,como assim?!Se é verdade que acreditam no valor ou no estorpor de um candidato, vamos concretamente tentar convencer.Não é brincadeira.Estamos democraticamente elegendo os caras por longos quatro anos.Quem,como eu, trabalhou por décadas no serviço público, não consegue encarar tamanha displicência...

Um comentário:

  1. é mesmo torpe a política, e dela para mim vem hoje o vácuo da convicção dos repetidos refrões que o vento a cada eleição leva para um lado e a mim me remete aos enganos do passado (quanta bobagem eu ouví quando já cantava dos bastidores tudo que iria acontecer e aconteceu) e às impossibilidades do futuro turvo e patético...e de novo a cada eleição nos mobilizamos porque não somos baratas tudo bem, só que acreditamos no que dizemos como se houvesse para nós a chance de acertar ainda que um pouco, eu acho como Samuel Beckett:
    errar sempre, errar melhor!

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