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terça-feira, 19 de outubro de 2010

ELES


ELES !!!! Todo o amor do mundo que despertaram agora condensando nele, no "meu Paul". A gente estudava em regime de semi internato. Fugíamos depois do recreio, para chegar a tempo na primeira sessão do Cine Astor ( ali no conjunto Nacional, onde hoje é a livraria Cultura).Eram sessões corridas até às 18:00hs.Assistíamos a todas, com direito a gritos e suspiros.O filme ?  A Hard Days Night. Andávamos juntas, quatro amigas quase inseparáveis, cada uma tinha o seu beatle. Tinha que ser assim , não poderia haver convivência com "outras",devíamos ter uns 12 anos, purraí...Tinha a Moira, colega do ginásio vocacional,que era  a mais internacionalizada, tinha muitas revistas importadas com fotos inéditas, long plays inéditos no Brasil.Meu corte de cabelo, era beatlemaniaco, eu tentava o visual londrino que via nas revistas.Mary Quant protagonizava a moda, aquela que inventou a mini saia. A maquiagem, super up to date, da linha Mary Quant,em cores psicodélicas, cílios postiços coloridos eram vendidos na Bibba,em Londres, o centro do mundo, São Paulo era uma província para quem sonhava com Picadilly Circus.A gente enrolava  a saia, baixava as meias três quartos, se maquiava no banheiro do cinema com delineador plástico azul royal, e falava coisas para chocar as bobocas que encontrávamos pelo caminho.Eu exagerava, pintava as unhas, de branco, vermelho e uma linha azul de delineador plástico, para dar pinta de bandeira da Inglaterra.Amá-los, incluía suas namoradas também na idolatria total, a Jane Asher,do Paul, a Maureen Cox do Ringo, ah! O anel que eu fazia com uma bruta lantejola vermelha e vendia do Ringo (bem, mas isso foi depois, no Help). A Cinthia , essa foi a sortuda,a única que casou com um deles, carregou o nome Lennon,e a Patty Boyd do George, que eu achava a mais bonita. Eu assinava meus poemas e carteiras da escola como Cléo Mc Cartney, megaestrutura 2000. Os garotos da época não ficavam muito a vontade para se dizer fãs dos Beatles, considerados muito femininos, alguns corajosos se engajavam, mas a maioiria dos garotos dizia  preferir os Stones.Só os meninos mais legais curtiam os Beatles, o que me fez passar a gostar mais desses meninos,logicamente os mais loucos.Alguns amigos, que eu consegui convencer da bobagem que era não amar os Beatles, conservo até hoje.A gente matava aula na Hi-Fi do Iguatemi, entrando na cabine com os fones , o que era muito original e moderno, para ficar ouvindo infinitas vezes os compactos simples deles com duas músicas, os compactos duplos com quatro e os maravilhosos long plays importados,enquanto íamos azarando os garotos, que de dentro de suas cabines nos olhavam cantando.Depois, comer um Club Sanduíche na Loja Americana dentro do Shopping, ah !e o milk shake de chocolate que dava prá dividir.Eu ainda nem tinha vivido meu primeiro amor, nesse momento ainda era Ele: meu Paul, esse que vem aí. E outra Moira, desta feita, minha filha,me convidou, comprou os ingressos 'de pista' para me levar ao show, hein ?! Que tudo!...Essa minha filha... esse meu Paul!

2 comentários:

  1. Cléozinha, minha querida!

    Que máximo este teu post!
    Quanta saudade dentro dele! Saudade da boa!
    Que bom que irá ver o Paul! E com a sua Mo!
    Muito legal!

    beijoca carinhosa,
    neli

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  2. love love love
    aprendi com vc
    amo os quatro tambem
    nem sabia dos detalhes que revela neste post
    delicia
    lembro da Hi fi, lembro de quase tudo
    do George com Ravi Shankar
    dos anéis de pedra vermelha compradas na 25 que vc montava e ninguem mais tinha
    lembro de aprender a abaixar a meia
    e subir saia do uniforme
    fiz isso depois a vida toda
    quanta paixão

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